Como doente celíaca, senti a necessidade de explorar um pouco mais a informação de que dispomos, e os avanços que têm sido dados no sentido de se descobrir curas ou complementos que minimizem sintomas.
Desde que tomei consciência de que as pessoas à minha volta não tinham conhecimento desta doença, e ficavam frequentemente chocados com a “novidade”, senti que havia necessidade de divulgar a doença, e explicar às pessoas que os celíacos não são “coitadinhos”.
O meu diagnóstico, foi dado da forma mais drástica, pois há cerca de trinta anos atrás, esta doença era praticamente desconhecida no nosso país. Foi com a introdução das primeiras papas, e o desenvolvimento de sintomas atípicos, que levou posteriormente ao meu internamento, que após centenas de diagnósticos, hipóteses, e um quadro clínico bastante severo, é que se deu a conclusão de que se tratava de um caso de Doença Celíaca. A hipótese era (e continua a ser) eliminar os alimentos com cereais (excepto arroz e milho) da alimentação. E isto nos anos 80 era bastante complicado, não havendo alternativas alimentares como existem hoje, mas lá consegui sobreviver ao “drama” e levar um estilo de vida perfeitamente controlado e normal.
Sempre aceitei bem a minha condição, e com grande à vontade explicava o porquê de rejeitar simpaticamente comidas que me ofereciam, ou em alguns casos, levar para casa para os pais dizerem se podia ou não comer. A fase de começar a comer na escola, foi complicada, pois tinha de me fazer acompanhar de uma declaração médica, que comprovava que aquilo que dizia não era simplesmente um capricho ou uma mania das dietas, mas numa fase mais avançada, deixava alguns “casmurros” levar a ideia de que o propósito de não comer certas coisas era: manter a linha =)
Hoje em dia, dediquei-me (após muitos incentivos de família e amigos) a compor este site, que conjuga a minha condição alimentar, e a minha paixão pela culinária. Pois, desmistificar a doença e diferenças culinárias, sempre foi mais fácil de fazer pela degustação de comidas sem glúten pelos outros, que concluíam que era a mesma coisa, só “faz mais migalhas”.
Aproveito para agradecer ao meu mano João, que desde pequenino sempre foi o meu fã #1 da degustação de novas descobertas sem glúten, e que me dava além do termo de comparação, um consolo conclusivo de “saber à mesma coisa” =)
Cheers =)
Sem sombra de dúvida não poderia estar mais de acordo. Tenho 19 anos, mas mesmo quando nasci foi muito complicado o diagnóstico da doença. Na escola foi muito difícil. Nas festas de anos pior ainda. Não nego que por vezes, como é normal numa criança, ficava um pouco triste por não poder comer determinado tipo de coisa, mas nunca foi isso que me afetou. O facto de as pessoas me chamarem de “coitadinha” sim. É algo tão normal para mim, tão meu. Hoje, como jovem mulher que sou, aprecio bastante o estilo de vida e de alimentação que tenho. Este tipo de iniciativas são muito positivas. Uma originalidade que merece ser partilhada. Obrigada.
Ana Casimiro, bom dia.
Ficamos muito gratos com o seu testemunho.
É sem dúvida um prazer poder chegar até pessoas que sabem do que nós falamos (e sentimos), mas ainda mais até pessoas que não o sabem (por certo que concorda). =)
Obrigada pela partilha.
Um grande bem haja e boa continuação nesta “luta” diária quase invisível!
Cheers =)
Olá, eu acabei de receber o diagnóstico da DC e confesso, que ainda estou me adaptando à essa nova realidade.
Como só descobri agora, aos 29 anos, ainda tenho uma longa jornada pela frente para entender e aprender mais sobre o assunto.
Obrigada pela iniciativa e sensibilidade de dividir essas informações com outras pessoas.
Bom dia Monalliza.
Obrigada por partilhar o seu testemunho.
Por certo que não será uma “novidade” simples de encarar. Adaptar todo o quotidiano e mesmo o nosso foco quanto aos alimentos é um desafio. Mas é um desafio superável!!
Coragem e conte connosco para dicas e desabafos.
Cheers =)
…estava só a procurar uma alternativa ao pão: como fazer panquecas?
Felizmente encontrei este site muito esclarecedor feito por alguém com conhecimento de causa.
Descobri ser DC no final de 2019, agora de quarentena desde meados de março, preciso de alternativas para o pão, pois sem ele, nunca estou saciada!
Tinha escrito muito mais…mas apercebi-me que iria ser publicado e desisti. Se tiver um e-mail para onde possa escrever sem ser visualizado, agradeço.
Neste espaço só quero mesmo Parabenizala pela excelente iniciativa!
Olá Sónia S, muito gratos pelo comentário =)
Fazemos estes posts com muito gosto e carinho, pois é um tema pessoal e que nos dá muito prazer.
Se quiser escrever-nos de forma mais direta, pode fazê-lo para tita@receitasecoisas.com
Boas receitas e muita força! =)